domingo, 31 de janeiro de 2010

Consequencias da separação...


O egoísmo não consiste em vivermos conforme os nossos desejos,
mas sim em exigirmos que os outros vivam da mesma forma que nós gostaríamos.
O altruísmo em deixarmos todo mundo viver do jeito que bem quiser. 
(Oscar Wilde)

Casais! Vejo por todos os lados! Parece até que existe uma campanha mundial a favor dos casais. Sejam eles de qualquer idade, modo, concepção, teoria, classe, estilo e etc. Estando de mãos dadas pelas ruas, são casais.

Um dos incômodos da minha solterice é perceber tantas "mãos dadas" por onde ando. Sinto-me, idesejávelmente, um radar. 

Só hoje contei dez casais num percusso de 20 minutos. Sabe o que é você sentir-se meio que fora de moda? ou estando com roupa de praia em pleno o inverno? Acaba que meu "observar" causa-me estranheza, por ser, por vezes involuntário.

Ontem, fui a uma loja comprar umas roupas e demorei uns 15 minutos para  ser atendido. Quando consegui então,  estava lá eu e a atendente, até o momento em que entrou um "casal" com mais duas crianças. Potencialmente na cabeça da vendedora, eles trariam mais lucro para ela do que um solteiro indeciso (este sou eu!). Discretamente a mesma afastou-se de mim e procurou uma "deixa" para interagir com a família, que com certeza ia comprar a loja toda (pensamento meu...rs).

Num outro dia no sinal de trânsito, percebi que um casal no carro ao lado brigava e estapeava-se feio, enquanto durava a luz vermelha acessa alertando "perigo". Mais em frente, passei por um casal montado numa só bicicleta que curtia o amor entre cochichos e risadas, sinal "verde" para eles.

Acho que minha mania observativa é passageira, assim como um "resfirado" comum. Seu  surgimento foi quando me coloquei a contar quanto tempo minhas mãos andavam só. Desde este dia, comecei a sentir os sintomas do que chamo contagem de casais crônica. Em todos os cantos, lugares e caminhos por onde passo...

Só me falta agora ter quatro olhos lendo, juntos, este texto... Assim é demais!

sábado, 30 de janeiro de 2010

Vende-se honestidade?

“Quando se estabelece na honestidade, todas as preciosidades lhe são oferecidas.”
– Yoga Sutra – Capítulo II (Versos ou Caminho da Prática), aforismo 37

Passei muitos anos de minha vida economizando, para um dia poder como muitos brasileiros ter meu próprio transporte. Uma luta que se contada leva um bom tempo do ouvinte, cada situação que a gente passa vale a pena quando enfim conseguimos o que se deseja.

Minha carteira de motorista foi assim! Juntei cada centavo para poder dar entrada na documentação do Detran de minha cidade durante alguns anos. Aquele dia, para mim pelo menos era o marco de passagem ao mundo das responsabilidades.

Tudo ia bem, documentos e taxas em ordem. Até que na hora da foto para o documento, lá na sala de espera, ouvi o funcionário queixar-se da vida.
- Rapaz... se não fosse por mim esse computador não estava funcionando...esse pessoal ai todo ia ficar sem carteira... aqui demora chegar o dinheiro do governo....

O senhor que estava em minha frente, disse logo em seguida:
- Sim, mas não está funcionando? O que você fez?
O funcionário logo então emendou:
- Tirei do próprio bolso o dinheiro para o conserto. É pensando no pessoal ai todo...Se o senhor pudesse pelo menos deixar o da merenda... Só para ajudar!

Eu era o próximo da fila, e consequentemente o próximo a ser abordado pela conversa informal. Na minha vez, sorri e mostrei minha carteira vazia, aleguei que tudo o que eu tinha já havia sido gasto com a papelada toda.

"Quem sabe numa outra oportunidade! Sem problema...". Disse o funcionário.
Fiquei surpreso, pensativo e incomodado com aquela situação. Não vou fazer aqui nenhum discurso a favor dos bons modos e costumes éticos e etc... Mas fico me perguntando quantas vezes aquilo já aconteceu e quem de fato já deu uma "ajudinha" ao rapaz "trabalhador".
Será que honestidade vende-se por ai?

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Um pensamento

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Ensina-me...

"Não há, basicamente, em nenhum nível, uma educação que não seja a auto-educação."

(Rudolf Steiner)




   Pai e filho andavam juntos no supermercado. O filho empurrava o carrinho em velocidade média e o pai caminhava a passos largos.

   Logo o Pai teve pressa de ir ao caixa, pois a fila estava grande e mais pessoas chegavam naquele momento.   O Pai puxa o carrinho com força, acreditando, logicamente, que o Filho iria acompanhar o solavanco. Que decepção! Além de não acompanhar o "puxão" o filho bateu com a cabeça no carrinho. Um breve choro.

   - Ai pai doeu, pai tá doendo, tá doendo pai...
   - Se tú prestasse atenção, não teria acontecido!

   Indiferente aos lamentos do filho o pai continua puxando o carrinho. E o pequeno se quiser acompanhe a corrida. Com uma mão na testa e outra no carrinho o filho continua reclamando. 
   Passam pelo setor de limpeza quando de repente, ouvem-se caixas de sabão em pó cair no chão.

   O Pai para, e olha fulminantemente para o filho. Que distraído com as mãos acertou em cheio a pilha no meio do corredor.

   O que será que passou na cabeça daquele pai na hora que olhou para trás e viu seu filho em meio a bagunça causada pela sua própria pressa.
   Despedi-me daquela cena com este fim. Fim para mim, digasse de passagem.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Tempo...

"Eu fiz um acordo com o tempo, nem eu fujo dele, nem ele me persegue, um dia a gente se encontra."
(Mário Lago)


   Na adolescência, entre as idas e vindas da escola, lembro-me de uma senhora, magra, de cabelos grisalhos, que sempre estava na porta de sua casa. Ela sempre acompanhava com os olhos meu pequeno trajeto naquela quadra. Foi assim por muito tempo. 


   Nas primeiras vezes em que percebi o fato, ela apenas comtemplava a rua (interpretação minha) em pé encostada na entrada da casa. Com tempo me acostumei com a imagem. Dois anos se passaram, e ela continuava, na mesma casa, mesmo lugar. Mania ou hábito? Não sei.


   No meu último ano na escola, posto que só até ali eu podia cursar. Lembro-me daquela senhora, sentada numa cadeira, próxima a porta entreaberta de sua casa. Já não ficava mais de pé no seu posto de observação.


   Ontem, depois de muito tempo sem passar por aquela rua, uns seis anos depois,  passei em frente a casa da senhora que ficava na porta. A casa estava fechada. Pela aparência julgo que já havia algum tempo que aquela situação tinha ocorrido. Ela não estava mais lá!


   Hoje de manhã, eu estava em frente a minha casa, olhando para a rua, quando um garotinho passou com uma mochila nas costas. Acompanhei com os olhos seu trajeto. Talvez por isso lembrei-me daquela senhora!





Marcha pela PAZ!

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